quarta-feira, 14 de março de 2012

MEDIUNIDADE


Dizem que quem não é 'espírita de berço' , quando se torna é pela dor ou pelo amor.
A dor seria quando a pessoa se vê com problemas sérios, muitas vezes com relação a mediunidade ou obsessão, e busca ajuda num centro espírita, muitas vezes lá permanecendo e se tornando espírita.
O amor é quando a pessoa escolhe a doutrina.
Me encaixo neste último tipo.
Como expliquei no post “Como me tornei espírita”, só descobri a mediunidade de que sou portadora, após muitos anos sendo espírita. Naturalmente, considero meu encaminhamento ao espiritismo como uma espécie de preparação da espiritualidade para quando a mediunidade se manifestasse dali há uns anos. Poderia ter sido ao contrário e eu só buscar o espiritismo depois de ter aqueles sintomas que descrevi, mas também poderia lá não querer permanecer. Enfim!
O fato é que devo ter me preparado antes desta encarnação com muita responsabilidade e certeza do que queria. Gosto de ser medium, embora muitas vezes isso implique em escolhos. Mas também conheço pessoas que são mediuns e não querem ser, não usam sua mediunidade em prol do outro. Como nada se perde, talvez elas a usem inconscientemente.
Por tudo que já li, sei que a mediunidade longe de ser um privilégio dos 'eleitos', como muitos incautos pensam é, na verdade, uma ferramenta de trabalho.
O espírito que errou muito, solicita (ou lhe é oferecido, talvez imposto) a mediunidade como forma de resgate de suas faltas. Ela ajuda a pessoa a 'queimar', digamos assim, de maneira bem simplista, seu carma negativo, através da ajuda ao próximo. É um assunto que pode ser discutido de vários ângulos, de várias formas, mas me deterei aqui à responsabilidade do médium, depois que se comprometeu antes do reencarne.
É interessante que a pessoa concorda em ser medium ao renascer, lhe é oferecido um corpo já com os 'acessórios' de fábrica pra facilitar isso, mas quando chega a hora, muitos desistem, esquecidos de que devem grande soma, têm grandes débitos ainda. Ok. Numa próxima vida terão que recomeçar, mas com o agravante de terem desistido. Outros, mesmo desistindo, sentem muito sintomas, muitas vezes em forma de doença pelo excesso de energia que receberam e não usam. Ainda assim não querem usar a mediunidade.
Tudo o que estou falando aqui não é fruto de achismo, mas de leituras. Diversos autores, porém, contestam estas afirmações também.

Há aqueles que são mediuns, mas não são espíritas, uma vez que mediunidade não é exclusivismo do espiritismo. Há mediuns em todas as áreas e religiões. Dizem que aquela pessoa que pode ser considerada 'rata de sacristia', por exemplo, que está sempre em torno da igreja, que gosta de ajudar, é medium na maioria das vezes ( eu chamo estas pessoas, quando no meio espírita, de ' beato espírita'|). Dizem também que para se reconhecer um medium, umas das características é essa vontade de ajudar. Também são extremamente sensíveis, choram com facilidade. Muitos tem intuições fortes, que talvez não sigam. Todo bom medium duvida. Até mesmo por que essa é a máxima do espiritismo, que tenhamos discernimento, sem nos fanatizarmos.
Penso que devamos separar bem as coisas, ficar vigilantes, atentos e saber que há muito animismo, que podemos confundir as coisas. Mas também não devemos duvidar de tudo. Sempre o bom senso.
Um medium não deveria nunca envaidecer-se de sua mediunidade. Antes sim, ficar satisfeito, feliz, em poder cumprir bem sua missão. Muitos são os que fazem de seu mediunato uma missão, mais do que um dever ou um compromisso cármico. São pessoas que já evoluíram muito e vêm nos ajudar. Não devemos endeusá-los, mas antes respeitá-los e admirá-los pelo bom trabalho. E aprender com eles também. Chico Xavier sempre foi o exemplo máximo, um ótimo representante para o espiritismo, mas há aqueles que o veneram. Eu o vejo como um espírito em missão, mas ainda assim, um homem. Não um deus.
Quando entram para o espiritismo, principalmente para um grupo de estudos, raros são aqueles que não querem descobrir se tem algum ' dom' , se tem mediunidade ostensiva (porque mediunidade todos tem, em maior ou menor grau). E muitos se frustram justamente aí, por que acham que não fazem nada se não tem mediunidade ostensiva. Ou seja, não 'aparecem'. Eles admiram que tem esse tipo de mediunidade e querem ser admirados também, esquecidos que ser medium é muito mais do que isso. Acho que mediunidade é uma coisa de tamanha responsabilidade que só deveria ser dada aos espíritos mais capazes para isso, mais maduros. Mas, em geral, os que são assim, tem mediunidade como missão e não como provação. E é justamente através da mediunidade que o espírito tem a chance de evoluir. Nossa! Que assunto complexo!
Encerremos com uma frase muito propícia de Chico Xavier:
Nunca nos cansaremos de repetir que mediunidade é sintonia. Subamos aos cimos da virtude e do conhecimento e a mediunidade, na condição de serviço de sintonia com o Plano Divino, se elevará conosco”. (Chico Xavier)

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