quarta-feira, 13 de junho de 2012

PSICOMETRIA


 

Já ouviu falar em PSICOMETRIA? Não?Abaixo, está um texto que retirei de um site espírita (link no fim), que explica bem o que é essa faculdade mediunica:

“Na mediunidade estudada à luz da Doutrina Espírita, a psicometria é uma variedade da psicoscopia, isto é, uma faculdade que tem o médium de estabelecer contato com toda a vida psíquica de alguém, coisa ou ambiente, podendo perscrutar o passado, presente e o futuro. O médium localiza no tempo e no espaço o objeto de suas perquirições, seguindo-o por uma espécie de “rastreamento” psíquico. (Grupo de Fenômenos Psicométricos segundo Ernesto Bozzano – Enigmas da Psicometria, 1949).
Esta forma especial de vidência se caracteriza pela circunstância de desenvolver-se no campo mediúnico uma série de visões de coisas passadas desde que seja posto em presença do vidente um objeto qualquer ligado àquelas cenas.
O objeto conserva as formas-pensamento de quem o possuiu. O objeto é animado pelas reminiscências que reavivam no tempo, através dos laços espirituais que ainda sustentam em torno do círculo afetivo que deixaram. O objeto fica envolvido pelas correntes mentais daqueles – encarnados ou desencarnados – que ainda se apegam a ele. Se estivéssemos interessados em conhecer esses companheiros e encontrá-los, um objeto nessas condições seria um mediador para a realização de nossos desejos. Isto é, podemos usar, para isso, alguma coisa em que a memória deles se concentram. Tudo o que se nos irradia do pensamento serve para facilitar essa ligação.
O pensamento espalha nossas próprias emanações em toda parte a que se projeta. Deixamos vestígios espirituais, onde arremessamos os raios de nossa mente.
Quando libertados do corpo denso, aguçam-se-nos os sentidos e, em razão disso, podemos atender, sem dificuldade, a esses fenômenos, dentro da esfera em que se nos limitam as possibilidades evolutivas. Isto é, não dispomos de recursos para alcançar o pensamento daqueles que se fizeram superiores a nós, o pensamento deles vibra em outra freqüência.
Os objetos, mormente os de uso pessoal, têm a sua história viva e, por vezes, podem constituir o ponto de atenção das entidades perturbadas, de seus antigos possuidores no mundo; razão por que parecem tocados, por vezes, de singulares influências ocultas, porém, nosso esforço deve ser o da libertação espiritual, sendo indispensável lutarmos contra os fetiches, para considerar tão-somente os valores morais do homem na sua jornada para o Perfeito.
O processo pelo qual é possível, ao psicômetra, entrar em relação com os fatos remotos ou próximos, pode ser explicado de duas maneiras principais, a saber:
Uma parte dos fatos e impressões é retirada da própria aura do objeto;
Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor mediante relação telepática que o objeto psicometrado estabelece com o médium”.
(http://www.luzespirita.net/index.php/psicometria/)


Pois muito bem!

Numa aula de educação da mediunidade, ministrada pela minha amiga Ana Lídia (há mais de dez anos atrás), falávamos sobre psicometria e eu, curiosa e impaciente como sou, quis fazer um teste em casa, antes dos exercícios em aula. Já tinha lido algo em livros, mas nunca tinha tentado nada nessa área.

Não sabia bem o que fazer, mas, por intuição, segurei um objeto na mão esquerda e fiquei em estado de expectativa, de espera, aguardando alguma imagem. Não aconteceu nada. Resolvi tentar colocar a mão direita sobre o objeto, enquanto continuava segurando com a esquerda. E aí, sim, as imagens se formaram (soube depois que não são todos os médiuns que possuem essa faculdade e gostaria de saber como usá-la para um fim útil).

O objeto que escolhi foi uma série de moedas estrangeiras, antigas, que meu irmão André possui, presente de um amigo nosso.




As primeiras cenas que vi me pareceram bastante reais, mas fiquei em dúvida se não estaria imaginando tudo aquilo.

Decidi então me testar de outra forma: pegaria uma moeda sem ver sua nacionalidade, nem ano, o que daria mais fidedignidade para minhas visões.

A primeira cena que vi era muito clara e a tenho na memória até hoje.

Era como se eu estivesse no andar superior de um edifício e olhasse pra rua lá embaixo. Percebi que os edifícios daquela rua eram todos antigos e de tijolinho à vista.

Quase em frente à janela de onde eu observava, havia uma verdureira, com um toldo listrado. Uma mulher idosa, de casaco de lã bege e lenço escuro na cabeça, saía de lá com sacolas de ráfia, daquelas de feira mesmo.

Em seguida, 'eu' peguei 'minha' carteira de cima de uma mesinha de canto, com um abajur em cima, ao lado da janela. Era daquelas carteiras que se usava embaixo do braço. Fui em direção da porta de saída. Pude 'me' ver por trás e percebi que usava meias finas, pretas, costuradas na parte de trás, o que me pareceu estranho.

“Eu” era loira, cabelos curtos, cerca de 25/30 anos, usando uma blusa de lã, de mangas curtas, branca, com uma saia em tom rosa envelhecido, bem ampla, rodada.

Depois, na cena seguinte, na continuação, 'eu' dirigia um carro tipo cadillac, aberto, com bancos de couro branco, numa estrada ao lado de um rio e pude ver a ponte de Londres.

 

 As ruas eram bem desertas e tinha pouquíssimos carros e pessoas. 'Sei' que era um domingo pela manhã.

Tomei a direção esquerda e dirigi por um longo trecho, me afastando um pouco da cidade, parecendo uma periferia.

Me vi, na cena seguinte, entrando em uma loja de tecidos. Escolhi alguns e subi no segundo andar, por uma escadinha insegura de madeira, para uma espécie de mezanino, cheio de papéis e móveis antigos, máquinas de calcular e datilografia antigos também.

Um homem estava no meio daquela bagunça toda e usava camisa branca de mangas arregaçadas e calça de tergal (?) escura. Um óculos de aro preto, grosso, e um lápis atrás da orelha esquerda, completavam o visual.

Ele era uma espécie de caixa, de contador, algo assim, e me deu algumas moedas. Não sei se a que eu dei a ele, ou que ele me deu de troco, tinha a ver com essa que eu segurava naquele momento, só sei que ela estava nessa transação.

Ele agradeceu e eu saí em direção à porta de saída. Lá, alguém, não me lembro quem, segurava um embrulho fino, em papel pardo, amarrado com barbante. Eram minhas compras. Fim.

Tudo me levava a crer que aquelas cenas se passavam no período entre os anos 50 ou 60 e em Londres (por causa do Rio e da Ponte).

Abri os olhos em expectativa e... a moeda era de 1955 e dizia "England". É mole?!

Num outro exercício com aquelas moedas, me vi como um menino de uns 14 anos, cabelos negros e um pouco compridos, cacheados nas pontas, com um boné de lã escuro, usando roupas velhas, um casaco muito surrado e deslizando por uma colina nevada, num trenó, com outra criança.

A primeira coisa que senti, na verdade, antes disso, foi o som de uma faca cortando o gelo, scuinchi, scuinchi...sabe?E vi a parte de trás do trenó, a parte direita, e a neve sendo cortada pelo metal embaixo dele. Só depois me vi, como descrevi. Tinha muitos pinheiros e um céu muito azul. Não sei por que, me pareceu ser na França. A época, não sei.

Abri mais uma vez os olhos e realmente a moeda era francesa. Não sei se cheguei a pensar em uma época e se acertei ou não, não me lembro dessa parte. Essa moeda estava no bolso desse menino.

Mais um exercício de que me lembro: era uma propriedade rural, na França. Tinha uma estradinha margeada por cercas brancas, muita lama. Havia uma série de animais, como porcos e galinhas, patos, gansos, espalhados pela estradinha e atrás das cercas. Tudo muito sujo. Um menino caminhava junto de outro até a casa do primeiro. Era uma casa de um material que não sei precisar, mas talvez barro, só que pintada de branco e telhado de sapé ou coisa similar, que ficava numa curva daquela estradinha (na verdade, a estradinha pertencia aquela casa e partia dela). Esses meninos se vestiam como aquele da outra visão, só que era menores, cerca de 6 e 8 anos e estavam bem sujinhos, parecendo muito pobres.

Na casa havia uma mulher, mãe de um dos meninos, que estava bem atarefada e tirou um pão rústico de um forno a lenha, na parede, como se fosse aqueles fornos de pizzaria. Os meninos comeram com gosto o pão.

Um homem, talvez o pai daquele menino, lhe deu essa moeda. Sei que tinha mais detalhes, mas não lembro, passado tanto tempo. Ao abrir os olhos, sem surpresa agora, constatei que a moeda também era francesa.

Fiz outros exercícios, mas não lembro dos resultados, apenas desses.

Tem outra coisa que gosto de fazer que não sei como classificar e se é mediúnico ou faz parte da psicometria.

É olhar fotos e tentar adivinhar a personalidade das pessoas pelas suas expressões, pela fisionomia. Nesse caso, preciso apenas olhar pra foto e não uso o método de colocar a mão em cima.

Uma vez fiz isso com um ex-presidente (do qual nada sabia) do início do século passado e arrisquei detalhar. Surpresa, ao virar a página da revista em que estava essa foto, vi uma matéria, descrevendo o tal homem exatamente como eu havia feito. Contando isso para uma amiga, ela me pediu que fizesse isso com fotos de seus netos. Assustada com a responsabilidade e com o inusitado do pedido, tentei e, segundo ela, acertei em muita coisa, fui bem precisa.

O problema nesse tipo de exercício, é que fico muito cansada depois e, em alguns casos, com dor no terceiro olho, aquele que fica entre as sobrancelhas.


Muitas vezes também sinto as mãos geladas, um certo nervosismo ao contatar aquela energia, ao pensar naquela pessoa. Não tem nada a ver com ansiedade, mas acho que é mediúnico mesmo, que acesso a energia daquela pessoa.

No caso dessa minha amiga, além de minha intuição, vi um de seus netos, que hoje tem 13 anos, com mais ou menos uns 40, mais gordo, usando camisa azul claro, calça bege, com uma pasta, descendo de um carro em frente a sua loja de artigos de informática. Será?!

E, mais uma vez, divido com vocês minhas experiências mediúnicas. Até o próximo post!


terça-feira, 5 de junho de 2012

DESAPEGAR-SE



Nunca me achei uma pessoa materialista. Não sou nada ambiciosa e não ligo pra status.

Até aí, tudo bem.

Fico sempre impressionada em como as pessoas dão valor pros bens materiais, principalmente para carro. Não sei marca de quase carro nenhum e reconheço melhor os mais antigos. O meu próprio carro, se mudar de cor, já não reconheço como sendo do mesmo modelo que o meu. Mas percebo que a grande maioria das pessoas não é assim. Quando alguém compra um carro (um colega de trabalho, um amigo, um familiar), percebo que as pessoas em volta tentam disfarçar, mas a maioria sente inveja e muitos, se já tem, trocam por outro logo em seguida.

Vejo carro dentro de sua função útil, um bem que nos proporciona praticidade, rapidez (?) e conforto. Mas para a maioria das pessoas é símbolo de poder, de status.

Ainda não consigo entender como conseguem dar tanto valor pra isso...Assim, como dão para roupas, casa, sapatos...

A aparência é outro valor muito apreciado. Todos devem estar dentro do padrão que a sociedade indicar. Por quê?

Dentro desse meu desprendimento (que não é demagógico), me sinto sempre um E.T. diante de meus pares. Adoro ser do jeito que sou com relação a isso, mas é difícil fazer as pessoas crerem ou aderirem a esse modo de ver as coisas. Todo mundo acha que tudo gira em torno do dinheiro. Entendo a dimensão e o poder do dinheiro, mas não consigo endeusá-lo como as pessoas com quem convivo. Dinheiro nos traz muitos benefícios, muitos prazeres, facilita a vida, mas não consigo entender como as pessoas são capazes de qualquer coisa por dinheiro.

Mesmo me auto descrevendo desta maneira, fiquei surpresa comigo mesma quando vi a foto abaixo num site espírita.


Trata-se do Tadeu, que conheci pessoalmente quando visitei a Casa do Caminho, em Araxá, que ele fundou e dirige.

Na foto ele aparece em sua pequenina casa, que fica no centro do terreno da instituição e onde tudo começou. Quando lá estive levei minha filmadora e registrei tudo. Mas, interessantemente, quando saí do hotel, estava com a bateria da câmera completamente carregada, como sempre faço, e lá comecei a filmar. Mal tinha feito as primeiras cenas e, quando fui filmar a casa do Tadeu, a imagem foi sumindo, sumindo e desapareceu do visor. A câmera não filmava nada. Liguei e desliguei várias vezes e nada. Mais tarde, resolvi insistir e filmar outra coisa e ela funcionou perfeitamente. Foi apenas na casa dele que isso aconteceu durante toda a viagem e história daquela câmera. Isso me impressionou e nunca esqueci, apesar de passados vários anos.

Sei que as energias podem interferir num aparelho eletrônico e talvez isso tenha acontecido com relação aquela casa. Por que, eu não sei.

Mas o que eu dizia era com relação a foto.

Nesta foto que mencionei, o Tadeu aparece sentado no que imagino ser sua cama, tendo ao lado um criado mudo. A casa é de estuque e o chão de barro (assim como o salão das palestras, que é de barro bem vermelho e numa das paredes está escrito: “tu és pó e ao pó retornarás”).

Tudo é muito simples e talvez tenha sido isso que me chamou a atenção: a ausência de objetos.

Me questionei, então, sobre meu suposto desprendimento.

Tentei entender por que me incomodou aquela cena. Entendo o desprendimento dele, mas não meu incômodo. Deu pra entender?

Realmente... porque precisamos de tantas tralhas?

Fiquei longo tempo meditando sobre o impacto daquela cena em mim. Ele tem o que precisa, na medida. Não trouxe nada e nada levará, então por que precisar de 'objetos'? Tentei avaliar meus objetos e entender por que preciso deles.

É fácil compreender o modo de vida dele, mas difícil de seguir...

Gostaria de ir me livrando de tudo que me cerca, mas sempre resisto e acho que preciso de tudo aquilo. Uma vez fui na casa de uma amiga e no quarto dela não havia nada além da cama e do guarda roupa. Ela se justificou (embora eu não tenha perguntado nada) que, como já passou por muitas enchentes, hoje não consegue ter mais nada com medo de perder, de estragar.

Mesmo assim, entendendo isso, aquilo me pareceu vazio demais. Talvez essa seja uma das respostas que busco: evitar o vazio.

Outra, seria eu gostar de controlar tudo e, ter os objetos próximos, me garante segurança, estabilidade, ter à mão quando precisar.

Tudo é muito complexo, quando falamos de seres humanos...

O certo é que pretendo, cada vez mais, imitar esse jeito desprendido do Tadeu de ser.

Lembrando um ditado popular: “caixão não tem gaveta...”